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O Segredo (Parte VIII)


                                                                        Foto by Pinterest

Parte I/ Parte II/ Parte III/ Parte IV/ Parte V/ Parte VI/ 

Olá! Com o aproximar do fim desta história, ainda nem tudo foi revelado, para não perderem no que já foi relatado aqui fica os vários Posts onde podem ler a historia do inicio.

"(Lisy espreguiça-se e Nanny ao ouvir o barulho diz:

Nanny- Então, dormiram ai?

Lisy- Bom dia, Nanny. O pequeno – almoço já está pronto?
É que eu estou a morrer de fome...

Nanny- Sim menina, tal como gosta, bacon, ovos mexidos, salsichas e o resto que a menina possa imaginar.

Lisy- Já estou com água na boca.
Frank...acorda. Oh dorminhoco, está na hora de levantar.

Frank- Sim... ai, ai as minhas costas...

Lisy- Pois, é que isto não é propriamente uma cama.
Levanta-te que isso já passa, vá lá...

(Lisy levanta-se e dirige-se à mesa, ouve-se Frank a pensar):

Voz Off de Frank- Assustei-me tanto ontem à noite, estou sempre com medo que aconteça alguma coisa de mal a Lisy.
Todas aquelas histórias que ela me conta, as coisas que ela diz ver e sonhar...será que ela tem algum problema?
Ouve-se tanto falar de esquizofrenia. Não, não pode ser...ela sempre foi muito saudável.

Lisy- Frank? Acorda dorminhoco, se não vens vou comer o teu pequeno – almoço também, olha que está delicioso!

(Frank levanta-se, dá um beijo na testa de Lisy, olha para a mesa e diz):

Frank- O teu pequeno – almoço é assim todos os dias?

Lisy- Ás vezes, sabes o ar do campo abre-me o apetite.

Frank- Pois, eu é que não estou habituado a comer tanto de manhã.
Se comesse, por esta altura já não me mexia de tão gordo que estava...

Lisy- Mas hoje vais comer... vá serve-te.

(Peter entra em cena, dirige-se à mesa, senta-se numa cadeira.
Lisy olha-o quase implorando com o olhar para que saia.
Peter esboça um sorriso, gozando com a situação. Frank continua a comer até que olha para Lisy e apercebe-se da sua expressão assustada e pergunta-lhe):

Frank- Sentes-te bem? Que cara, parece que viste um fantasma...

Lisy- Quem, eu? Não....

(Frank tenta agir normalmente, mas está atento aos movimentos de Lisy, até que se apercebe que ela olha para a cadeira onde está Peter. Ele apenas vê uma sombra, assusta-se e quase deixa cair a chávena.
Respira fundo, pois não quer dar parte fraca e pensa alto):

Voz de Frank- Eu não vou entrar nesta paranóia, não... nem pensar nisso.
Eu não vi nada... é tudo imaginação...

(Peter ri-se e diz a Lisy):

Peter- Coitado do Frank, deve estar a pensar que está doido...
Desculpa estar-me a rir, mas isto tem muita piada, não tem mana...

(Nanny entra em cena, apercebe-se de Peter e fica nervosa.
Lisy diz-lhe):

Lisy- Nanny, senta-te. Come qualquer coisa connosco.

A minha intenção era que Nanny se sentasse onde estava Peter, só assim teria a certeza que tudo aquilo era imaginação minha. Mas Nanny não se sentou, aliás até se afastou um pouco da mesa depois de se ter servido.

Lisy- Então não te sentas? Estás de pé porquê?

Nanny- Por nada menina, não me apetece sentar e tenho muito que fazer na cozinha...

Lisy- Já vais para a cozinha, senta-te aqui ao pé de mim...

Nanny- Não menina, não quero sentar-me... Com licença...

(Nanny vira as costas para sair de cena)

Lisy- Nanny... esta noite sonhei com os meus pais. Sonhei também com aquela senhora que já te falei uma vez... Eles conheciam-se... o meu pai parecia não gostar muito dela...

Nanny- Os sonhos outra vez...

Lisy- Eles falaram de ti... Nanny, eu já sei tudo...

Nanny- Tudo o quê menina, não compreendo...

Lisy- Sobre os meus pais, sobre ti... sobre todos os segredos que esta casa esconde.
Agora compreendo o porquê da minha mãe não gostar desta casa...

Nanny- Menina, não leve a mal a sua mãezinha, deixe-a estar em descanso onde quer que ela esteja...

Lisy- Para ela descansar, ela sabe perfeitamente que tem que dar descanso a outra pessoa primeiro...à tua mãe, Nanny.

(Frank interrompe Lisy dizendo)

Frank- Lisy, já é hora de pararmos com esta história, isto está a tornar-se numa obsessão para ti, já chega!

Lisy- Não Frank, eu ontem não te contei o sonho que tive.
Eu agora já sei de tudo, já sei que os meus pais eram pessoas frias, principalmente o meu pai era uma pessoa insensível e que a minha mãe era completamente manipulada por ele e por isso nunca admitiu que tinha uma irmã, tudo porque a sociedade não permitia escândalos.
É difícil aceitar que fui criada por pessoas destas... eu não sou assim!

Frank- Também não entendo como é que tu, sendo uma mulher moderna, consegue acreditar em sonhos, visões e coisas do género.

Lisy- Tu não entendes. É a minha vida, é a história da minha vida que está em jogo, durante anos eu desconheci que a minha família era assim, sempre vi os meus pais como heróis, algo de intocável e enganei-me muito. Chego a pensar que a morte deles foi um castigo de Deus por todo o mal que eles fizeram enquanto vivos.

Frank- Tens o direito de te indignar com estes factos, mas tens que seguir com a vida para a frente. Chega de te martirizar com actos que não cometeste...

Lisy- Mas como queres que eu siga com a minha vida, se toda ela foi uma mentira, se fui criada por uma tia, enquanto eu a tratava como se fosse uma simples Nanny? Não é justo...

Frank- Ainda vais a tempo de retribuir toda a atenção, carinho e amor que a Nanny te deu ao longo destes anos...

Nanny- Eu não preciso de mais nada menino, sinto-me muito feliz aqui e a Lisy para mim é a minha família. Chega-me isso.

Frank- Vês Lisy, não existe razão para continuares com esta história.

Lisy- Tens razão Frank, eu juro que vou tentar ultrapassar esta situação... quero só fazer uma última coisa...

(Frank olha para Lisy com ar de reprovação):

Lisy- Não olhes para mim dessa maneira, eles vão pedir perdão à mãe da Nanny.

Nanny- Não há necessidade de fazer isso...

Lisy- Há e eu vou faze-lo, é uma questão de honra.
Esta noite depois do jantar, vamos reunirmo-nos e vamos resolver esta questão.

Nanny- E se eles não quiserem aparecer? Eles só aparecem quando querem...

Lisy- Fica descansada que eles aparecem.

Frank- Então e vamos falar com quem, com fantasmas?

Lisy- Não brinques, isto é um assunto sério.

Frank- Seríssimo, com certeza que sim minha querida, ninguém põe isso em causa. Mas tens que admitir que é uma situação louca, quase ridícula. Hoje, depois do jantar vamos tomar café com os espíritos do passado.
Que tal, soa bem?

Lisy- Já chega Frank...

Frank- Desculpa, estou a exagerar, vou até ao jardim, não queres vir comigo?

Lisy- Não, vou ficar a ler um pouco. Até já.

Frank- Até já.

Todos saíram e fiquei ali sozinha. Estava furiosa com o Frank, como podia brincar com uma coisa tão séria? De qualquer maneira eu entendia-o, não sabia como lidar com situações destas e eu também não. Mas tinha a certeza que ia correr tudo bem.
Abri aquele livro para tentar relaxar e nem me lembrei que o Peter ainda estava na sala.

(Peter levanta-se e vem sentar-se perto de Lisy)

Peter- Mana, tens a certeza que queres fazer isto esta noite?

Lisy- Ai Peter que susto. Não voltes a fazer isto, ouvis-te?
E sim, tenho a certeza que quero fazer isto esta noite.

Peter- Mana, que agressiva, perguntei por perguntar, não te irrites.
Só acho que ainda arranjas é uma guerra nesta casa.

Lisy- Não vai haver guerra nenhuma, não adianta  quererem que eu desista, eles vão pedir perdão à mãe da Nanny.

Peter- Pronto maninha, já cá não está quem falou. O que estás a ler?
O manual de como lidar com fantasmas e almas penadas?

Lisy- Também tu? Não me enerves, vai-te embora e deixa-me sozinha...

(Peter sai e Lisy tenta concentrar-se no livro mas não consegue)


Preciso sair de casa, vou ter com o Frank ao jardim. (...)"


Para a semana há mais...
Beijos e abraços!
Sandra C.






Comentários

  1. A Lisy é uma mulher de armas e bem decidida! Estou a adorar a intensidade deste enredo *-*

    Beijinho grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado minha querida... está quase, quase a terminar!!

      Beijinhos
      Sandra C.
      bluestrass.blogspot.com

      Eliminar
  2. r: Muito obrigada :)
    É no Parque do Bom Jesus, em Braga

    Sim, sem dúvida, pode mesmo. Sou apologista que devemos dizer o que sentimos, porque a(s) outra(s) pessoa(s) merecem(m) ouvir. No entanto, de nada vale fazê-lo se as atitudes não corresponderem

    Agradeço, de coração. Significa muito ler isso *-*

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tenho fotos lindissimas no Bom Jesus!

      Sim sem dúvida que é importante dizer!!

      Não tens de agradecer! É efectivamente merecido!!

      Beijinhos
      Sandra C.
      bluestrass.blogspot.com

      Eliminar
  3. r: Nada que agradecer, são merecidas :)
    «O nosso amor é como o vento» também está quase a terminar

    ResponderEliminar

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