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Num altura em que escrever era algo que me saia naturalmente, escrevi muitas coisas, entre elas este texto que faz parte de uma das minhas peça de teatro.
Esta peça fala de algo sensível, como a experiência de alguém que é abordado por outros que já vivem numa outra dimensão. Conta a história de um segredo escondido durante muitos anos...
Que segredo será?
"Sentia-me estranha, todos os dias acordava com uma impressão esquisita na minha cabeça.
Como se estivesse vazia, sem memórias dentro dela. Mas assim que punha os pés em contacto com o chão, surgia na minha mente tudo o que tinha acontecido durante a noite.
Sonhos, memórias, achava tudo tão diferente.
Aquelas pessoas, aqueles sentimentos, eu já os tinha vivido antes, mas ao mesmo tempo pensava para comigo, que algo estava errado, só não sabia o quê.
Durante todo o dia pensava no que de noite se apoderava da minha cabeça, tentava compreender mas sem sucesso.
As pessoas falavam comigo mas eu não lhes dava atenção, vivia num mundo à parte.
Foi uma época difícil para mim e acredito que também para quem convivia comigo, deviam todos pensar que eu estava a ficar doida ou coisa do género.
No entanto, existia uma pessoa que entendia o que eu estava a passar ou pelo menos não me questionava a toda a hora e a todo o momento “Estás bem?” ou “Estás estranha, o que se passa?”, “Dói-te alguma coisa?”, só ele, o meu amigo Frank era o único que sabia respeitar este momento de incerteza.
Sim, porque as pessoas também têm direito a ter momentos de dúvidas e questões ás quais não conseguem responder, mesmo aquelas que tem a certeza de tudo na vida.
Frank mostrava-se sempre paciente e compreensivo.
Quando decidi tirar férias e ir para a casa de campo, lembro-me de falar com ele ao telefone e este dizer-me:
Frank- Lisy, tens de ter calma, descansa muito.
O ar do campo vai fazer-te bem. Tenta esquecer que o mundo ou pelo menos que as coisas más do mundo existem.
Não é a fugir dele que resolvemos os nossos problemas, no entanto pode ser que te ajude. Posso ir visitar-te?
Lisy- Claro Frank, quando tu quiseres, a tua presença é sempre bem-vinda.
Frank- Adeus minha querida, espero que fiques bem.
Aproveita o teu descanso, respira o ar fundo e saudável que Glasgow tem.
Encontra-te contigo, verás que isso será a resolução para todas as tuas dúvidas.
Assim que puder irei ao teu encontro. Beijos.
Lisy- Adeus meu caro, eu ficarei bem não te preocupes.
Beijos para ti também.
E desliguei. Fiquei sentada na Chaise Long que se encontrava na sala de estar.
Uhh este ar... respirar fundo aqui, é quase como ganhar anos de vida.
Corria o mês de Junho de 1963 quando decidi mudar-me para Glasgow de malas e bagagens, para passar umas férias prolongadas.
Podia dar-me a esse luxo, pois os meus falecidos pais tinham-me deixado condições monetárias suficientes para não ter de me preocupar com dinheiro. Na altura dava aulas de piano e de francês a duas crianças, apenas para não me cansar de não fazer nada.
Mas como estávamos em época de férias grandes e como a paciência já era pouca para a vida aborrecida que levava em Londres, pensei que o melhor seria vir para o campo com a Nanny.
A Nanny era a senhora que tomava conta de mim desde bebé e que mesmo depois dos meus pais terem morrido naquele horrível acidente nunca me abandonou.(...)"
Beijos e bom domingo.
Sandra C.
Num altura em que escrever era algo que me saia naturalmente, escrevi muitas coisas, entre elas este texto que faz parte de uma das minhas peça de teatro.
Esta peça fala de algo sensível, como a experiência de alguém que é abordado por outros que já vivem numa outra dimensão. Conta a história de um segredo escondido durante muitos anos...
Que segredo será?
"Sentia-me estranha, todos os dias acordava com uma impressão esquisita na minha cabeça.
Como se estivesse vazia, sem memórias dentro dela. Mas assim que punha os pés em contacto com o chão, surgia na minha mente tudo o que tinha acontecido durante a noite.
Sonhos, memórias, achava tudo tão diferente.
Aquelas pessoas, aqueles sentimentos, eu já os tinha vivido antes, mas ao mesmo tempo pensava para comigo, que algo estava errado, só não sabia o quê.
Durante todo o dia pensava no que de noite se apoderava da minha cabeça, tentava compreender mas sem sucesso.
As pessoas falavam comigo mas eu não lhes dava atenção, vivia num mundo à parte.
Foi uma época difícil para mim e acredito que também para quem convivia comigo, deviam todos pensar que eu estava a ficar doida ou coisa do género.
No entanto, existia uma pessoa que entendia o que eu estava a passar ou pelo menos não me questionava a toda a hora e a todo o momento “Estás bem?” ou “Estás estranha, o que se passa?”, “Dói-te alguma coisa?”, só ele, o meu amigo Frank era o único que sabia respeitar este momento de incerteza.
Sim, porque as pessoas também têm direito a ter momentos de dúvidas e questões ás quais não conseguem responder, mesmo aquelas que tem a certeza de tudo na vida.
Frank mostrava-se sempre paciente e compreensivo.
Quando decidi tirar férias e ir para a casa de campo, lembro-me de falar com ele ao telefone e este dizer-me:
Frank- Lisy, tens de ter calma, descansa muito.
O ar do campo vai fazer-te bem. Tenta esquecer que o mundo ou pelo menos que as coisas más do mundo existem.
Não é a fugir dele que resolvemos os nossos problemas, no entanto pode ser que te ajude. Posso ir visitar-te?
Lisy- Claro Frank, quando tu quiseres, a tua presença é sempre bem-vinda.
Frank- Adeus minha querida, espero que fiques bem.
Aproveita o teu descanso, respira o ar fundo e saudável que Glasgow tem.
Encontra-te contigo, verás que isso será a resolução para todas as tuas dúvidas.
Assim que puder irei ao teu encontro. Beijos.
Lisy- Adeus meu caro, eu ficarei bem não te preocupes.
Beijos para ti também.
E desliguei. Fiquei sentada na Chaise Long que se encontrava na sala de estar.
Uhh este ar... respirar fundo aqui, é quase como ganhar anos de vida.
Corria o mês de Junho de 1963 quando decidi mudar-me para Glasgow de malas e bagagens, para passar umas férias prolongadas.
Podia dar-me a esse luxo, pois os meus falecidos pais tinham-me deixado condições monetárias suficientes para não ter de me preocupar com dinheiro. Na altura dava aulas de piano e de francês a duas crianças, apenas para não me cansar de não fazer nada.
Mas como estávamos em época de férias grandes e como a paciência já era pouca para a vida aborrecida que levava em Londres, pensei que o melhor seria vir para o campo com a Nanny.
A Nanny era a senhora que tomava conta de mim desde bebé e que mesmo depois dos meus pais terem morrido naquele horrível acidente nunca me abandonou.(...)"
Beijos e bom domingo.
Sandra C.
Não sei qual será o segredo, mas fiquei desejosa de ler mais! Promete *-*
ResponderEliminarÀ espera da continuação!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
fiquei curiosa :)
ResponderEliminarhttps://retromaggie.blogspot.com/