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Eduardo Viana - O supersticioso e obstinado


Eduardo Viana, pintor nascido em Lisboa no dia 28 de Novembro de 1881 na Rua do Loreto, nº 13 no quarto - andar, filho de José Afonso Viana e de D. Maria das Dores Fonseca Viana foi um dos nomes sonantes da pintura do século XX em conjunto com outros pintores como Amadeu de Sousa-Cardoso, Almada Negreiros, Robert Delaunay e Sónia Delaunay, Mily Possoz (de quem veio a estar noivo entre os anos 1919-1925) entre outros.
Uma personalidade impar,”(...) Supersticioso, austero, exigente e obstinado (...)” era capaz de “(...) raspar qualquer trecho ou pormenor, aparentemente insignificante, de uma tela já coberta; repintá-lo uma, duas, número sem conto de vezes, até acertar na forma, mas, sobretudo, no tom, era, para Eduardo Viana, o pão nosso de cada dia.
Que saibamos, um ano (...) levou o insatisfeito pintor a encontrar, após sucessivos ensaios, a cor de um simples lenço sobre que, numa natureza morta, repousavam uns frutos (...)”
Matriculou-se no Curso Geral de Desenho da Sociedade de Belas-Artes em Lisboa no mês de Outubro de 1896, terminando o mesmo em Julho de 1903 com a média geral de 13 valores.
Passou largos anos da sua vida fora de Portugal (Paris e Bruxelas), entre os anos de 1905 e 1940.
Recebe vários prémios entre eles: Prémio Columbano em 1941 e 1948 e em 1965 Prémio Nacional de Arte.
Eduardo Viana nunca foi homem de muitos amores, para além do noivado com Mily Possoz, casou ainda mais duas vezes, do primeiro casamento nasceu a sua única filha Josefa Pereira Viana. O segundo casamento foi com Noémia Duarte Ramos.
Para além da pintura,“ (...) Os seus espectáculos predilectos, as touradas, o pugilismo e o circo (...)”.
O pintor faleceu em Lisboa no dia 21 de Fevereiro de 1967, na Rua de Santo Amaro, no nº 23 (...) onde residia e tinha a sua oficina (...).
As suas obras de arte estão espalhadas um pouco por todo o lado, principalmente em colecções particulares, no entanto encontra-se no Café da Brasileira em Lisboa ( Salão de Chá ) duas obras do autor “Sintra” e “Paisagem Algarvia”.
Nunca tive coragem de entrar neste lugar e ir ver as duas obras, pois não sei qual será a minha reacção quando encarar de perto algo de tão belo, pintado por quem foi meu Bisavô.
Este texto só foi possível de ser escrito através da pesquisa do livro “Eduardo Viana” e de um prefácio escrito pelo professor Carlos Ramos um ano após a morte do pintor.

Comentários

  1. É descendente do pintor Eduardo Viana? Tenho alguns elementos genealógicos desta família e tenho interesse em completá-los.
    Lourenço Correia de Matos

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  2. Olá Sr. Lourenço, fico muito contente quando reparo que lêem os meus artigos mais antigos...
    Sim, sou bisneta do pintor Eduardo Viana, pelo seu 1º casamento.
    Portanto da sua 1ª filha.
    A única forma que eu tenho de comprovar isto, é com B.I. do meu pai, pois lá é que vem referenciado o nome da minha avó.
    Penso que em Viana de Castelo ou na Torre do Tombo, também haverá maneira de confirmar o que falo.
    Cumprimentos
    Sandra

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