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O Natal do Gato Ginger

 


Olá a todos!

Como é habitual, deixo-vos um conto de Natal .

Este ano é história do Gato Ginger, um gato que vai descobrir a magia do Natal..

"Olá, eu sou o Ginger e venho-vos contar uma história.
Hoje vivo nesta linda casa, mas nem sempre foi assim. 

Fico muito feliz porque tenho uma cama muito quentinha só para mim. 

Até há algum tempo, não sabia o que era isso, até me terem ido buscar onde vivia antes.

Agora tudo mudou e vivo nesta casa muito confortável, no entanto tenho um problema que ainda não consegui resolver. 

Quando chega a noite fico cheio de medo. Porquê? Eu conto-vos tudo.


Quando começa a escurecer, começo a ficar muito agitado com os olhos muito abertos, o coração a bater muito depressa.

Corro muito de um lado para o outro, depois escondo-me, quando volto a espreitar volto de novo a correr, uma verdadeira loucura, mas é mais forte do que eu.

A Mel fica um bocadinho baralhada e não entende a razão de tamanha agitação.

Diz ela: 

- Ginger, pára quieto! Ginger mas o que é que se passa? Este gato parece maluco será que foi do patê que lhe dei hoje?

Pois, não foi do paté que ela me deu, o problema é que quando acendem as luzes na rua, também as acendem aqui em casa, mas algumas horas depois, quando todos se vão deitar as luzes apagam e aí começa começam os problemas.

Quando tudo fica escuro, nas paredes da casa eu vejo bichos, vejo árvores imensas e tudo isso faz o meu coração bater muito, muito rápido.

Isto tudo acontece, porque antes de eu vir morar nesta casa linda, vivia num sítio que não era assim tão confortável.

Por lá tinha muitos amigos, que de noite protegiam-me e agora sinto um bocadinho falta deles.

Como será que vou resolver esta questão?

Pensava, pensava... passava horas à janela para ver se encontrava uma solução e nada me ocorria.

Até que um dia os humanos desta casa andavam muito ocupados com duas caixas que nunca tinha visto. 


Eram caixas de cor vermelha e verde. Eu bem andei de volta delas a cheirá-las, mas só quando as abriram é que descobri o que lá estava dentro. 

Eram bolas, fitas, estrelas e numa caixa estavam uns fios que me deixaram muito curioso.

Para além das caixas foram buscar uma árvore muito bonita e começaram a colocar os fios, as bolas e todos os outros enfeites.


No fim de tudo montado, eles fizeram uma qualquer magia porque a árvore que era apenas verde ganhou brilho e cor.

Eram muitas luzes, umas piscavam outras não, mas era lindo. Eu fiquei a observá-la durante muito tempo, primeiro ao longe e depois cheguei mais perto.  Cheirei-a e quando os meus bigodes tocaram na árvore, arrepiei-me todo!

As bolas e enfeites eram todos muito brilhantes, mas havia uma que me deixava intrigado. 

Ao aproximar- me via um amigo do outro lado. Miei para ele, mas ele não me respondeu e ainda assim continuou lá.  O mais estranho é que era parecido comigo.
Tentei dar-lhe com a pata mas ele continuava lá a olhar para mim. 

Foi nessa altura que a Mel me disse: 

- Ginger, a árvore de Natal não é para mexer!

Ohhhh era tudo tão apetecível e agora não posso mexer? Mas pronto, não posso,  não mexo. Mas que tenho muita vontade lá isso tenho.

Para além da vontade de brincar com as bolas da árvore,  sentia-me confortável junto dela, pois quando ficava escuro era impossível ter medo de novo, pois aquelas luzes conseguiram fazer desaparecer aqueles monstros e sombras que me amedrontavam.

Acabaram por trazer a minha cama para o pé da dita árvore.

Deitava-me lá e sei que os humanos desta casa, estavam sempre à espera que eu  começasse a correr como antigamente. 

Mas eu sentia-me verdadeiramente confortável e já nem sentia medo.

Só que aquelas bolas e enfeites deixavam-me cheio de vontade de brincar.
Então com a minha pata tentei agarrar aquela bola que tinha o meu amigo... mas não consegui, ela estava bem presa.


A Mel entendeu o que eu queria e deu-me a bola. Com uma pata atirava-a para longe e depois corria atrás dela. Quando me cansava agarrava-a com a boca e trazia-a comigo para a cama. Passou a ser a minha companhia.

Com o passar dos dias, perto da árvore foram surgindo uns sacos bonitos e embrulhos com umas fitas brilhantes. Não entendia porque razão estavam ali e porque não eram arrumados.
Resolvi investigar, cheirei e alguns deles tinham cheiros diferentes, coisas de humanos, não é?

Ainda andei a brincar com as fitas de um dos sacos, era giro, faziam muito barulho.

Um dia acordei e a Mel e os pais andavam muito atarefados. Uns estavam na cozinha, outros arrumavam a sala.

No ar sentia-se um cheiro doce. Acho que era um dia importante.

Mais tarde, tocavam à campainha, eram os avós da Mel. Eu já os conhecia, porque foi a avó da Mel que me trouxe cá para casa.

Assim que ela entrou, reconheci-a e fiz-lhe uma grande festa, com muitas turrinhas.


Ela ficou muito feliz de me ver e cumprimentou-me: 

- Olá Ginger, como estás? Ouvi dizer que tens medo do escuro? Meu querido, descansa que em breve esse medo vai acabar.

Olhei para a avó e sem entender nada fui-me embora.


Já era noite e todos se reuniram à mesa.
Cheirava muito bem e a Mel veio deixar-me um petisco no meu prato. Ouvi eles a dizerem que era bacalhau... cheirei, provei e tenho-vos a dizer que era um petisco dos deuses! Bem que lambi os beiços.

Já estavam na parte das sobremesas, quando numa outra parte da casa, começo  a ouvir uns sons familiares...

Miauuu... miauuuuu.

Levanto-me e começo a andar pela casa para entender de onde vinham os miados.

E só pensava: Afinal quantos gatos existem aqui em casa?
Fui até à porta onde pensava que vinha o miado. Arranhei a porta. Mas a porta não se abriu.

Desesperado fui ter com a Mel chamando-a a atenção. Ela olhou para mim e disse para todos:

- Bem, parece que alguém vai ter uma prenda de Natal um bocadinho mais cedo.

Ao que a avó respondeu:

- Oh querida, não faz mal, vai lá buscar a prenda. Acho que o Ginger vai adorar.

E a Mel lá foi, dirigiu-se para a porta e eu fui atras dela.  Ao abrir a porta, surge de lá  de dentro uma gata branquinha, tão  branca que ate me cegava.

Olhamos um para o outro e ela aproximou-se. Cheiramo-nos e foi hessa hora que entendemos que ja nos conheciamos antes. 

Não sabia o nome dela, mas sei que vivia no mesmo lugar onde eu já tinha vivido.

A avó levantou-se da mesa e veio até ao pé de nós e disse:

- Então Ginger,  o que dizes desta nova amiga, a Luz?

Eu gostava e agora que sabia o nome dela, ainda gostava mais.

A partir desse dia, nunca mais tive medo do escuro, pois tinha comigo uma "luz" que me iluminava!

Esta foi a história de como a luz da noite de Natal mudou a minha vida!

E a luz da noite de Natal também já mudou a vossa vida?"

Beijos e abraços e votos de um Feliz Natal.
Sandra C.

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