Bom dia a todos.
Como diz o meu pai, como assim 50 anos?
Pois é, mas é verdade, 25 anos em cada perna.
Passava Portugal, pelo reboliço do pós 25 de Abril de 1974, quando esta pessoinha quis madrugar e nascer pelas 6h30 da manhã deste dia.
E o que dizer do que ficou para trás?
Tanto, tantas pessoas, tantos momentos maravilhosos, outros tantos que deixaram um amargo de boca, e com esses cresci muito.
Dos momentos de meninice, recordo que tão depressa competia com os rapazes porque não queria ficar para trás, assim como me lembro de brincar com as loiças, com os "carecas", às escolas (com materiais a sério, fruto do pai da minha melhor amiga ser professor).
Para além das brincadeiras, sempre tive comigo um sentido de justiça e sempre defendi quem por alguma razão não se podia defender, à conta disso comprei guerras e andei à pancada com rapazes.
Ainda em miúda tenho presente na memória a alegria que era esperar que o meu pai chegasse do trabalho, para poder vir de mota aqueles 100 ou 200 metros. Ainda sobre motas, a sensação inexplicável de conseguir "conduzir" uma mota de cross que o meu pai montou, é algo que não me esqueço.
As amizades dessa altura eram algumas e hoje em dia, apesar de cada um estar na sua vida ainda nos falamos. Sem dúvida que vivemos a nossa infância de uma forma única e irrepetível.
Se eu pudesse contar todas as aventuras e tropelias, acho que estaria aqui horas a falar disso.
Para além destas aventuras, tenho em memória os cheiros e os aromas (da papa Maizena, da açorda de bebés, do galo no forno com arroz de cabidela no dia de Natal, dos rissóis de pescada e berbigão, que só a minha fazia), esses irão acompanhar -me para o resto dos meus dias.
Já na adolescência, existiram alturas muito complicadas, com "direito"a episódios de bullying, a amores não correspondidos, a timidez não superada, entre outros temas que na altura me deixaram fragilizada. Mais tarde um problema de saúde agravou e roubou-me a alegria de viver durante cerca de dois anos.
Nessa altura, consegui entender quem realmente eram os meus amigos e hoje agradeço por eles terem estado sempre lá nesses momentos.
Na fase adulta e início da vida laboral, outras questões se levantavam, entre elas o não respeito pela figura feminina, com o qual me debati no meu primeiro emprego.
Essa também foi a altura em que as artes (da dança e do palco) passaram a fazer parte da minha vida.
Entre muitas coisas, ganhei e perdi amizades (se as perdi, foi porque realmente não eram dignas de serem consideradas como tal) fiz a minha primeira viagem a Londres, onde abri a minha caixa de Pandora, tal foi o impacto que essa viagem teve na minha vida.
Essa foi uma fase de alegrias, mas também de tristezas e de lutos, momentos difíceis, mas que nos fazem crescer e entender o que andamos a fazer neste mundo.
Com o passar dos anos, muitas coisas aconteceram, criei este blog, namorei, casei e tive os meus filhos, perdi o meu avô e a minha mãe, que deixaram marcas profundas na minha vida.
Ao longo da minha vida o estar em comunidade sempre fez parte da minha vida, desde ir visitar a minha professora da primária e ajudá-la com os miúdos pequenos, a estar envolvida em acções nas colectividades da minha zona, a mais recentemente ter sido membro de uma associação de pais, que fez ver a vida escolar com outros olhos e também abrir o coração.
Com o nascimento e crescimento dos meus filhos, muitas dúvidas surgiram, sobre o certo e o errado, mas a vida te mesmo de ter estes caminhos, só assim crescemos como pessoas.
Este último ano dos 40, foi um ano de mudança para mim, pois consegui concluir o 12° ano que tanto queria, voltar a fazer teatro e ainda voltar a dançar.
Não sei o que os 50 me esperam, mas cá estarei de braços abertos para enfrentar novos desafios.
Um obrigada sentido a quem je acompanhou ao longo da minha vida, à família, aos amigos (poucos mas bons), aos colegas de palco, que tanto me incentivam e principalmente ao meu marido e filhos que me aturam mesmo naqueles dias de mau feitio... o PDI tem destas coisas.
Para terminar deixo-vos uma frase, cujo autor desconheço:
"A minha trajetória me inspira a abraçar o mundo e as oportunidades.
O que sou agora é resultado das escolhas que fiz.
Algumas boas, outras nem tanto.
Mas uma coisa é certa: dei o meu melhor, plantei amor e colhi os frutos das minhas lutas.
Os 50 anos me trouxeram o reconhecimento de tudo de bom que eu tenho e daquilo que sou.
Sandra C.
50 anos, data trão especial!
ResponderEliminarFelicidades, parabéns e que venham muito mais fotos e belas histórias pra guardar no caderninho de tua vida!
beijos festivos, chica