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Entrevista - Cátia - Uma Mãe Sem Filtros

 

Bom dia!

As entrevistas voltam ao Bluestrass e da melhor maneira possível!

Trago-vos a Cátia a autora da página Mães Sem Filtros. Tentei entender desde quando sigo a Cátia, mas não cheguei a nenhuma conclusão, mas acredito que já estávamos em plena pandemia, quando descobri este cantinho que tanto gosto! E porque gosto desta página e da Cátia?

Adoro quando ao abrir o Instagram me deparo com a saudação matinal "Bom dia Maridas!", acho um piadão e fico logo bem disposta,

Adoro a pertinência dos temas que a Cátia traz à sua página, os temas mais divertidos, mas também aqueles mais sérios e que nos deixam a pensar... apenas tenho para te dizer: Parabéns Cátia pela frontalidade. Acho que a Ellie tem em ti um grande exemplo do que é ser uma mulher com M grande! 

Agora vamos lá conhecer esta miúda gira!!

Para quem não te conhece, ou conhece-te mal, quem é a Cátia?

A Cátia é uma menina mulher com um bocadinho de homem à mistura.
A viver na Suíça, formada em contabilidade aos 36 anos e a trabalhar como home organizer.
Casada com um filho adoptado ao marido com 19 anos e uma pequena de 3 anos.
É uma miúda feliz e humildade, bem disposta e justa.
Tem muito o hábito de meter se nos sapatos dos outros antes de julgar e amo te, obrigada e desculpa são as suas palavras favoritas. Rir e principalmente fazer rir definem a sua personalidade lado a lado com o mau feitio.
É acima de tudo feliz!

- Porquê que a tua página se chama Mães Sem Filtros?

Porque abraça todas as mães que estão cansadas de se esconder atrás de filtros. Na minha página podem ser elas próprias e não como a sociedade o espera.
Não precisam fingir que está tudo bem e é tudo perfeito na maternidade se assim não for.

- De que trata esta página? Apenas sobre coisas da maternidade, ou algo mais?

Acima de tudo mostra um lado mais realista da maternidade. Mostra também as nossas falhas (totalmente normais) com uma pitada de boa disposição. Mas não se esquece da parte mulher de cada mãe que é tão necessária para estarmos bem. Vejo a página quase como um grupo de amigas que se entreajudam. Evitam se julgamentos e a boa disposição é prioridade.

- A Ellie é parte integrante desta página. Achas que daqui a uns anos ela vai seguir os teus passos e querer fazer uma página dela?

Espero bem que não porque é bem capaz de ser melhor que eu.
Espero que faça o que a fizer feliz sem nunca se esquecer que o que conta mesmo é a vida real. É ai que devemos estar focadas.

- Com o nascimento da Ellie, apercebes-te que algo se passava contigo e que a imagem tantas vezes romantizada do que é ser mãe, caiu por terra. O que aconteceu?

Passei a minha vida toda a ouvir que ter um filho era tudo cor de rosa, que o momento que víamos a cara do bebé descobríamos o que era o verdadeiro amor.
Nunca contei com o contrário!
Quando a Ellie nasceu o rosa virou cinzento e ainda hoje tenho que lidar com o facto de não a ter amado naquele primeiro instante como era suposto.
Tudo isso me levou a uma depressão pós parto. Foram 3 meses a lidar com a frustração de achar que era uma péssima mãe simplesmente porque não conseguia fingir que estava tudo bem. Levei algum tempo a perceber que tinha que procurar ajudar mas felizmente com o apoio do meu marido fui capaz de entender que estava na hora. Hoje sei que temos que apoiar mais estas mães!


- Tens um blog, mas raramente o actualizas. Porque o criaste? Porque não o actualizas?

Adoro o meu blog! Mas nem tempo nem paciência. Criei o era uma miúda como uma espécie de diário. Hoje em dia embora amasse escrever lá regularmente prefiro muito mais sentar com a minha família e viver a vida real.

- Adoro a maneira muito própria como expões as tuas ideias, mas ás vezes também te chega a mostarda ao nariz. Que temas te incomodam?

Incomoda me acima de tudo julgamentos independentemente do tema.
Acredito muito que devemos respeitar a opinião alheia mesmo sendo diferente da nossa.
Incomodam me temas que menosprezem a mãe como se a maternidade tivesse um livro de regras.
Para mim é impensável aceitar alguem a apontar o dedo a uma mãe que decidiu não amamentar ou uma que consegue ter a casa arrumada e organizada com 5 filhos.
Gosto de humildade em cada tema acima de tudo porque não sabemos a vida de cada um e o que podem realmente estar a passar.

- Vives na Suíça. Para quem não tem noção da realidade, quais são as principais diferenças, entre Portugal e a Suíça?

Amo os dois países.
Os dois têm coisas boas e más.
Acho a Suíça muito mais cívica, justa e limpa. O povo tem muito poder de decisão directo em relação à política havendo constantemente votações para a gerência de do país.
As oportunidades escolares muito maiores. Na Suíça dificilmente ficas sem trabalho acabando um curso, seja ele qual for.
O que falta aqui é talvez a parte humana, o calor humano. Aqui funciona tudo em modo máquina e embora funcione bem perde se a espontaneidade.
Portugal tinha tudo para ser perfeito não fosse a má gestão do país. É o pais perfeito para os turistas e esquecem se do povo. Temos dos melhores profissionais em quase todas as áreas que não têm o devido reconhecimento. Mas o que amo mesmo são as pessoas, a espontaneidade. Vivem e são felizes mesmo com pouco. Podia ficar horas aqui a falar sobre as diferenças mas resumindo a Suíça é comandada pela cabeça e Portugal pelo coração.


- Vês-te a regressar um dia em definitivo a Portugal?

Nim! Gostava muito de voltar principalmente pela família e para me voltar a sentir realmente em casa.
Tenho sempre receio pela falta de oportunidades em Portugal.
Se reunir as condições necessárias para um bom futuro ai é sem dúvida um sim.


- A palavra saudade, existe no teu dicionário, ou é só uma lamechiçe de mentes fracas?

Totalmente no meu dicionário. Sou uma lamechas assumida. Tenho saudades de tanta coisa diariamente, só não deixo isso condicionar o meu caminho. Gosto de recordar a andar e não ficar parada a sentir saudades.

- Uma frase com que te identifiques.

Tenho várias!
Nunca sabemos o dia de amanhã...
Aprendi isso da pior maneira com a morte da minha irmã e acredito mesmo que devemos aproveitar a vida como se fosse o ultimo dia.
Somos todas péssimas mães...
E está tudo bem com isso!

- Uma música que seja especial e que te acompanhe desde sempre.

Não tenho nenhuma em especial.
Associo muitas vezes pessoas e situações a músicas e assim ficam eternamente.
São musicas que trazem imagens e cheiros cada uma com o seu momento especial.
Não conseguiria escolher apenas uma.


Um gigante obrigado, por me fazeres ver a vida com outros olhos! Como te disse no outro dia, mesmo quando fazes caretas és LINDA!

Beijos e abraços.
Sandra C.

Comentários

  1. Fotos e entrevista muitos interessantes que gostei de ver e ler.
    .
    Feliz fim de semana
    .

    ResponderEliminar
  2. Gosto de mulheres sem papas na língua 😉
    Obrigada Sandra por mais uma excelente entrevista!

    ResponderEliminar

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