Avançar para o conteúdo principal

Na Hora do Poesia - Prólogo de Patrícia Baltazar


Bom dia a todos!
Hoje trago-vos um poema que gosto muito, escrito por Patrícia Baltazar.

Encontrei este poema no ano de 2019 quando o Grupo de Teatro Contra-Senso estava em pleno processo de criação do Espectáculo "Versos Que Nos Unem" que subiu a palco faz precisamente hoje dois anos.

Hoje dedico este poema, a todos os poetas e poetisas com quem já me cruzei na minha vida!
Aqueles que regularmente visitam este cantinho como o Cidália e o Ryk@rdo. E outros poetas que por vezes sem mesmo rimar fazem maravilhas obras de arte com as palavras, um abraço especial para o Vitor Nunes e para a minha querida Cátia Moreso.

"Porque a poesia não é estanque, é liberdade. A poesia é a mais ilustre ave de rapina."


PRÓLOGO

"A poesia é para ser livre. Não é estanque. Não existem academias ou falsas humildades. Falsas volúpias. Não está na escola ser-se o que não se é. Não devia. O útero do papel no limite, não é formal. É gravidez. É luz.

A liberdade não é, portanto, formal. É digna mas não formal. E este útero de que falo, é livre.

Os poemas, a escrita, estão sempre correctos desde que se pareçam com borboletas passando as asas na nossa pele.

A poesia é uma borboleta. Atentíssima. Está na origem dos jardins, da fruta quieta na árvore, das flores desassossegadas. Está na liberdade do voo dos pássaros. Não termina nunca.

O fim do mundo é, só por si, um poema lindo.

É para ser livre. Para se ter espaço.

A poesia não analisa nada. Realiza, constrói e destrói. Mata.

“Estrelas a mais barrando a subida” - pouca gente lhe chega.

A minha posição em relação a ela, é a de um animal submisso. Ela toca-me e abro as mãos, estendo os braços. Abro os olhos. Sou a águia. Vejo tudo. Respiro. Voo. Caço.

É para ser livre. Ela caminha soberba. Não é o paraíso.

A poesia é a mais ilustre ave de rapina."

Patrícia Baltazar.
1977-2019
In, Catapulta, ed. Do Lado Esquerdo

Comentários

  1. Não conhecia.
    Obrigada pela partilha.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  2. Muito bem. Não conhecia mas, adorei ouvir pela sua voz .... Obrigada também pelo "destaque" 🌹🌹🙏
    -
    Liberdade, em deixar passar o vento ...
    -
    Beijos e um excelente dia...

    ResponderEliminar
  3. Maravilhoso de ouvir. Gostei bastante. Sem dúvida que a poesia deve ser livre...como uma borboleta.
    .
    Abraço fraterno.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Pode comentar... o Bluestrass não morde!

Mensagens populares deste blogue

A origem das coisas...

Todos os dias fazemos pequenos gestos e usamos alguns produtos que se tornam num ritual diário. Por exemplo, com certeza que usa sabonete, ou mesmo gel de banho todos os dias.  Já alguma vez se perguntou porque o fazemos, ou qual é o sua origem? O sabonete é um produto muito antigo, os primeiros vestígios deste produto, foram encontradas na era de 2800 A.C., durante as escavações da antiga Babilónia. Na era de 1500 A.C. os antigos egípcios usavam uma mistura de óleos animal e vegetal com sais alcalinos para criar um material semelhante ao sabão, este era usado para tratar de doenças. Na era de 600 A.C. os fenícios confeccionavam uma mistura de terra argilosa com cinzas de madeira ou calcário para limpar o corpo. Este produto correu as rotas do comércio, até chegar à Europa, no entanto esta técnica não foi utilizada pelos Romanos, durante cerca de 600 anos.A partir do I século D.C. o fabrico do sabão foi evoluindo consideravelmente, desde o cozimento do sebo de carneiro com cinzas de

País do NÃO, País do SIM

  Bom dia! Hoje comemora-se os 50 anos do 25 Abril. Como diz o meu pai "Como assim 50 anos?" Mas é verdade, já lá vão 50 anos. 50 anos depois de finalmente o povo poder sair à rua, sem medo... Deixo-vos um vídeo com texto de minha autoria. O desenho do cravo final, é da autoria da Carol. País do NÃO, País do SIM "Até Abril florir, Portugal era o país do Não. Não podes ser, Não podes ler,  Não podes ter, Não PODES! Não podes! Quantos homens não puderam ser felizes, porque uma guerra consumiu-lhes a vida? Quantos livros não foram lidos, porque eram impróprios? Quantas opiniões se perderam, porque foram encarceradas? Quantas músicas foram ouvidas em surdina? Quantos homens e mulheres tiveram de abandonar o seu país, para salvaguardar as suas vidas e os seus ideais? Após Abril florir, o povo saiu à rua! Após Abril florir nunca mais se deixou de cantar uma canção! Abril floriu, mas muitos não sabem que flor foi essa que nasceu nessa madrugada . Porque os livros não contam, qu

Entrevista - Isabel Moura Pinto - Uma Força da Natureza!

  Bom dia! Hoje deixo-vos a ultima entrevista do mês de Março de 2024.  Neste dia tão importante para mim, tinha de trazer ao blog alguém ligado à arte do teatro e à cultura em si . Trago-vos então a Isabel Moura Pinto, uma mulher de uma garra incrível, uma consciência cultural fantástica e uma inspiração! Conhecia-a em 2022 numa reunião de um projecto teatral e nunca mais nos "deslargamos".  Se hoje faço parte do TEO - Teatro Experimental de Odivelas, o devo ao convite da Isabel. Deixo-vos então a entrevista. - Quem vive na zona de Odivelas a tua cara já não é estranha, mas para quem não te conhece, quem é a Isabel Moura Pinto? Apaixonada desde sempre pelo teatro. A Beatriz Costa era prima da minha mãe e como era uma celebridade talvez isso me tenha influenciado. De qualquer forma, era uma criança solitária e distraía-me sozinha criando personagens. O teatro também esteve presente na minha vida académica. Estive 10 anos fora e desde que regressei a Odivelas comecei a partici