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Olá a todos,
Hoje trago-vos mais um pouco desta história... nesta parte do texto, vão se aperceber que a Lisy "sonha" com pessoas, ou melhor que essas pessoas lhe aparecem. Existe quem tenha pudor, receio de falar nestas coisas, eu não, tenho respeito, muito respeito.
Esta história em várias situações, vai buscar pequenos factos que se passaram na minha vida ou nas vidas de quem me é próximo, mas também fui inspirada por um filme que na altura vi, cujo livro li alguns anos mais tarde, que livro será? Alguém quer dar um palpite??
"(...) (Deita-se na Chaise Long e acaba por adormecer. Momento de silêncio)
Entra uma mulher já com alguma idade em cena, vestida tipicamente ao século XIX.
Caminha devagar em direcção a Lisy.
Pare de frente para ela olhando-a, até que se debruça sobre a personagem e lhe diz):
Juliet- Oh Lisy, és tão bonita. Sabes, és como a tua mãe.
Tinha-lhe tanto amor, que pena que eu tenho que ela me quis perto dela.
Como gostava de abraçá-la, de lhe poder dizer como...
(Entra Nanny e ao ver Juliet assusta-se e diz):
Nanny- Outra vez? Não... Vá-se embora, deixe de atormentar a menina, não vê que ela precisa de descanso.
Se quer atormentar alguém, faça-o a mim.
Ou então vá para o mundo onde pertence. Deixe a menina em paz.
Juliet- Mary, tu sabes que eu estou a fazer isto, não é para fazer mal à menina, mas para que ela saiba o que esta gente te fez a ti.
Sempre te desprezaram...
Nanny – Cale-se... Não quero ouvir essa história de novo. Já chega.
(Juliet lentamente sai de cena. Nanny fica quase em choque, parada e sem reacção.
As lágrimas caem-lhe pela cara, quando Lisy acorda assustada.
Ao ver Nanny a chorar pergunta):
Lisy- Nanny, estás a chorar? O que se passa?
Estás bem? Senta-te aqui.
Nanny- Não é nada menina, já passa.
Lisy- (Agarrando-lhe as mãos e abraçando-a)
Passa? Tu estás a tremer. Oh Nanny, não gosto de te ver assim.
Sabes, acho que tive outro sonho daqueles estranhos.
Hoje aproximou-se uma senhora de mim, aparentava ter cerca de sessenta anos, falou comigo, disse-me que eu era bonita como a minha mãe.
Disse-me que gostava muito dela... Mas depois desapareceu, voltou outra vez a desaparecer. Que diabo...
Quem serão estas pessoas? Que nervos que me faz isto.
Nanny – (Levantando-se mais calma)
Tenha calma menina, são apenas sonhos, não ligue a isso.
Olhe vou fazer-lhe um chá de flor de laranjeira, é bom para os nervos. O que me diz?
Lisy- Sim, se não te importas. Acho que me vai fazer bem.
Traz uma chávena para ti também.
(Nanny sai e Lisy levanta-se e dirige-se para uma gaiola onde está um pássaro e começa a falar com ele)
Lisy- Ó meu lindo. Quem me dera ser como tu. Sem teres de te preocupar com sonhos e pessoas estranhas a falar contigo.
Sabes sempre com o que podes contar no teu dia-a-dia.
Um carinho aqui, um raio de sol ali.
(Abre a gaiola e tira o pássaro, faz-lhe festas. Começa a ouvir-se o piano a tocar. Lisy olha em alerta mas continua a fazer festas ao pássaro, até que volta a ouvir o piano agora com mais intensidade.
Volta a por o pássaro na gaiola enquanto diz):
Lisy- (Subindo o tom de voz)
Está aí alguém? Nanny, és tu? Nanny?
Nanny- Sim menina, estou aqui. Trago o seu chá.
Era a menina que estava a tocar? Ai, como gosto de a ouvir tocar.
Lisy- Não, não era eu. Será possível que nem aqui tenho descanso?
(Caminha em direcção à Chaise Long, puxa a mesinha de sala. Senta-se e Nanny começa a servir o chá. Senta-se e começam a beber e a comer uns biscoitos)
Lisy- Uhh que bom, só tu para fazeres esta maravilha.
Nanny- É uma receita antiga, a sua mãezinha adorava-os com este chá.
(Toca o telefone, Nanny levanta-se e Lisy diz-lhe):
Lisy- Não te levantes, deixa-te estar que eu vou lá. (dirigindo-se para o telefone)
Estou, sim Frank, como estás? Eu estou bem, mas cada vez ando mais confusa, olha ainda há pouco estava aqui sozinha na sala e o piano começou a tocar sem ninguém lhe mexer.
Eu acho que ainda vou ficar maluca.
Quando é que me vens visitar? Já tenho saudades tuas. Aproveita o fim-de-semana e vem cá.
(Silêncio)
Prometes? Então fico à tua espera. Adeus.
(Desligando o telefone)
Nanny, o Frank vem cá no fim-de-semana, por favor prepara o quarto de hóspedes, quero tudo impecável quando ele chegar, quero que se sinta em casa.
Nanny- A menina gosta muito dele, não gosta?
Fazem um casal tão bonito. A menina desculpe a minha ousadia, mas fica tão feliz quando o menino Frank está por perto, até dá gosto ver.
Lisy- Não digas essas coisas que fico envergonhada.
Nanny- É verdade, os seus olhos até brilham.
Lisy- Eu sei, ele faz-me muito bem. De todas as pessoas que me rodeiam, ele é o único que me compreende e sabe respeitar a fase porque estou a passar.
Gosto tanto dele.
Nanny- Ai menina, eu acho que ainda se casa com ele.
Lisy- Quem sabe... Por favor, tratas-me então do quarto? Gostava muito de ter nas jarras lírios do campo.
Nanny – Esteja descansada menina, tratarei de os encontrar.
(Baixam as luzes do palco, as duas personagens saem, para pouco depois Lisy voltar a entrar com um livro na mão, senta-se na Chaise Long e começa a ler): (...)
Para a semana temos mais!
Beijinhos e abraços
Sandra C.
Também tenho muito respeito por estas questões!
ResponderEliminarDeve ser um tormento vivenciar tudo isso e não conseguir identificar o que se passa
r: Fico de coração cheio ao ler isso, muito obrigada *-*
Beijinhos