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Andreia I.-Mãe heroína...




 A chegada do teu Francisco foi uma surpresa para ti, ou  já querias que tal acontecesse?
- A chegada do meu Francisco foi uma surpresa, descobri que estava gravida ja estava de 8 semanas a caminho de 9...
Foi uma surpresa, claro que sonhava ser mãe, mas não naquele momento... Tal como muitas mulheres sonhava viver um romance, casar, viajar e construir família...
O "pai" do Francisco já tinha um filho, logo ai o nosso namoro já não era um namoro dito normal... Pois querendo ou não já me sentia mãe de um filho que não era meu e que o adoptei como se o fosse. Sempre soube que ele tinha um filho e sabia que a nosso namoro já seria a 3...  E quando soube que estava grávida, foi um misto de alegria, medo e insegurança. Acho que nunca estamos verdadeiramente preparadas para tal... Queria ser mãe sim mas só dali a 2-3 anos.
Já o "pai" do Francisco queria muito ser pai novamente.

O decorrer da gravidez correu bem, ou houve complicações?
- A gravidez foi uma gravidez muito complicada.
Muitos problemas... duas semanas depois de descobrir que estava gravida, foi descoberto na família paterna do Francisco um caso de meningite ( irmão do pai do Francisco), pessoa essa que estive em contacto já estando gravida e ele com a doença sem ambos sabermos, logo ai houve a preocupação da meningite no feto... fiz analises em que estas acusaram níveis de IgM e IgG activos, ou seja não sabiam ao certo se seria toxoplasmose ou alguma outra infeção, fazia analises todas as semanas e nunca se conseguiu saber ao certo se seria a toxoplasmose e se teria apanhado antes da gravidez ou no inicio da mesma.
Comecei logo de imediato a fazer tratamentos e a ser vigiada semanalmente no Hospital Beatriz Ângelo.
Hospital esse que foi incrível em toda a minha gravidez, e ate mesmo agora já depois de ter nascido.
Entretanto fiquei sozinha, as 20 semanas de gravidez o "pai" do meu filho decidiu que já não queria ser pai e seguiu a sua vida.  
Tive de fazer a amniocintese quando estava de 21 semanas ao qual os medicos avisaram me logo que se o bebe viesse com problemas teriam do tirar.  Apenas tive o resultado do exame quando estava com 25 semanas. 
Felizmente estava tudo bem com o bebe, no meio de tudo isso tinha o "pai" do Francisco a mandar me mensagens a exigir que eu abortase e sempre a fazer pressao psicologica. Toda esta pressão metia me em um estado de nervos muito grande. Basicamente não aproveitei a gravidez.

O que te passava pela cabeça na altura? Pensaste em desistir em alguma altura?
- Naquela altura passou-me muita coisa pela cabeça, no que tinha eu errado, feito de mal para ter ficado sozinha, o porque de ter me acontecido isto, mas nunca pensei em desistir, ate mesmo quando os médicos falaram em fazer o aborto caso ele tivesse algum problema.
Lembrei me sempre da historia e da força da minha avó materna (fui criada por ela ate os meus 13 anos). 
Pois ela há 80 anos atrás também ela foi abandonada grávida de um bebe que também ele foi rejeitado pelo pai, em que os tempos eram outros e ela conseguiu seguir a vida dela e conseguiu mal ou bem criar o filho e torna-lo num ser humano excelente.
Eu, que tal como ela tinha amor pelo meu filho, tinha um emprego, o apoio da minha família também iria conseguir.

Achaste que alguma altura esta situação fosse transitória e que ele pudesse voltar a teu lado?
- Quando terminamos disse-lhe que até ao nascer do nosso filho teria tempo suficiente para se convencer de que iria ser pai novamente e para ele pensar.
Ainda lhe dei uma oportunidade de pensar no assunto, mas semanas depois soube que ele tinha arranjado uma outra pessoa ainda quando estava comigo. 
Foquei-me só no bebe, e que seria melhor para ele não ter pai, do que ter um pai que não o queria, que desejava-lhe a morte e que o iria sempre diferenciar do irmão. 
Então deixei os meus sentimentos por essa pessoa de lado, transformei o amor que sentia por indiferença ou até mesmo por ódio. Foi difícil pois estava a viver supostamente um sonho que foi tudo menos como tinha sempre sonhado e desejado.

Porque dificuldades passaste ? Sentiste-te discriminada em alguma altura?
- Psicologicamente foi das partes mais complicadas.
Pois alem de futura mãe, ter as hormonas aos pulos, também era mulher..
Todas nós gostamos de ser mimadas, de ter ali alguém que goste de nós, nos acompanhe, de força...
De mimos a barriga, fique feliz por sentir os pontapés, falei com o bebe mesmo estando na barriga ainda.
Uma fase tão bonita e desejada, passei sozinha, as ecografias era um misto de alegria e tristeza, qual a mulher que gostaria de estar sentada numa sala de espera sozinha, rodeada de casais felizes pela chegada do fruto do amor que sentiam um pelo outro.
E eu ali sentia me um extraterrestre, em que todos olhavam de lado,os médicos perguntavam pelo pai do bebé sempre que ia fazer uma ecografia.
A descoberta do sexo do bebé foi sozinha, ele só soube que seria um menino e o nome do menino através de uma prima por exemplo.
Foi muito, muito complicado... Não só psicologicamente, como financeiramente, pois tive de estar de baixa medica, houve atrasos nos pagamentos, gastava cerca de 200 euros em medicação por mês e vi me sozinha a fazer o enxoval do bebe.
E socialmente... A nossa sociedade não se sabe comportar com casos destes, muitas vezes fui discriminada desde a empregada da segurança social, até a enfermeira e psicóloga do curso de preparação para o parto.
A sociedade não esta preparada para estas situações, acabamos por ser criticadas pela sociedade por não fazer o que o homem quer, por ser vistas por meras "mulheres" que andam para ai a ter filhos sem pais (isto para nao dizer outra palavra feia), muitas pessoas não veem os esforços que fazemos para que os nossos filhos nao sejam vistos de forma diferente.
Tenho medo que no futuro, na escola o meu filho seja criticado pelo facto de o pai o ter rejeitado. Porque ai esta... Vivemos numa aldeia, onde todos falaram, criticaram, opinaram...
Por exemplo vou te contar dois episodios que aconteceram quando estava gravida...
Quando fui colocar os papeis para o Pré-Natal, não vivia com o pai do Francisco e lá pede para colocar os rendimentos de tal pessoa, e eu claro que não preenchi nada.
A dita senhora não só me exigia que eu preenchesse esse dito quadro, dizendo para eu inventar um valor eu expliquei o porque de não preencher e ela ainda me disse o seguinte " Ando eu a descontar para estas vadias que se calhar nem sabem quem é o pai da criança, se ele coitado não quer, só tem é que tirar essa criança! " 
Como deves de calcular... Sai de la a chorar, e sem tratar do quer que seja.
Porque ai esta, a sociedade prefere sempre meter as mulheres como as más e os homens como os bons....
Já outra situação que aconteceu foi num curso de preparação para o parto.
No centro de saúde da minha área fazer um curso uns meses antes para todas as gravidas da zona, ao qual eu fui, até para poder conhecer pessoas novas e aprender.
Essas aulas eram duas vezes por semana, uma à terça e outra à quinta feira. 
A terça era com a psicóloga e mais teórico a quinta era pratico, (exercícios), sabes quantas vezes fui?  Três vezes, em que sempre que saia de lá, passava o caminho todo a chorar, e sabes porquê?
Primeiro de tudo, o mundo era cor de rosa para todas as mães daquele grupo, gravidezes todas maravilhosas, tudo planeado, sempre acompanhadas pelos pais dos bebes, e eu... ali sozinha sem o pai do bebé era sempre deixada de parte, olhada de lado pelas outras, pois queria amamentar o meu filho, elas não.
Dizia não ter medo da hora do parto e todas elas tinham imenso medo, não queria fazer planos de como iria ser o parto, já elas idealizavam o parto perfeito. E sabes o melhor? A sr. Psicóloga saiu-se numa das suas palestras com a seguinte frase: " Todos os bebes que não são planeados, não são desejados vão ser uns vândalos, uns parasitas da sociedade."
E foi para mim a ultima gota... o ultimo dia naquele que seria um curso para descontrair e aproveitar a graça que Deus me tinha dado. 
Aquela dita senhora dizer tal coisa... Como poderia ela dizer algo sem saber a vida de cada uma daquelas mães que ali estavam? O meu filho não é mais nem menos que os filhos de todas aquelas mães que estavam lá radiantes por ser tudo perfeito, o meu filho tinha um pai tal como os outros, pode não ter o amor dele, mas tem todo o meu amor e dedicacão, porque o meu amor é de mãe e pai. 

No dia em que o teu maior tesouro nasceu o que sentiste?
- E que dia....
Ele nao queria nascer... Mas quando nasceu foi a melhor sensacao do mundo, senti que era o final de uma batalha, e o inicio de uma outra batalha. 
No meio de lágrimas de alegria e admito que também de algumas de tristeza, senti uma força enorme, senti crescer em mim uma força e vontade que não consigo explicar.
Tinha o meu Mundo nos meus braços, claro que fiz juras de amor  e companheirismo para toda a vida ao meu mais que tudo.
E disse-lhe mesmo: " Estás aqui! Conseguimos meu amor, juntos conseguimos contra tudo e todos, o teu pai não queria. mas cá estas tu meu amor-
Conseguimos e iremos conseguir os dois juntos para sempre!"

Como enfrentastes os tempos a seguir ao nascimento? A tua família foi uma grande ajuda?
- Os tempos depois foram complicados, descargas emocionais, dúvidas, mas nunca dei isso a entender a ninguém, chorei muito na gravidez e depois da gravidez ainda mais chorei, mas sempre para mim, sempre mostrei aos outros que era forte e que ia conseguir. 
Sempre mostrei ao meu filho que era forte e que iria conseguir dar lhe o melhor de mim. 
Sofri horrores com a amamentação, mas não podia dar me ao luxo de desistir do amamentar, o dinheiro que recebia não daria para tudo. O pai dele nunca deu um cêntimo.  Sempre consegui orientar me apenas com o meu dinheiro, nunca pedindo ajuda a ninguém. Pois a verdade é que quem dera aos meus pais terem para eles quanto mais para as despesas do neto.
A minha família ajudou me mais psicologicamente, e só de viver com eles já é uma grande ajuda.  Quando falo em família falo nos meus  pais, minha irmã e meu irmão.
Já a minha cunhada era da opinião de que não deveria de ter tido o bebe e nunca me ajudou em nada, mesmo tendo tido um filho com o meu irmão 16 meses mais velho que o meu.
Tive amigas que me ajudaram muito, deram algumas roupas que eram dos filhos delas, nomeadamente tu, que sempre te lembras- te do meu pequeno tesouro.


Alguma vez o pai do teu filho quis conhece-lo?
- E se te disser que ele só soube que tinha nascido uma semana depois acreditarias?
Pois é... Ele nunca quis mesmo saber do menino. Nunca me pediu para o conhecer e eu nunca o proibi de conhecer o menino.

Mais tarde e quando o Francisco tiver idade para compreender estes assuntos complicados dos adultos, vais-lhe contar o que aconteceu?
- Nunca irei lhe esconder o que se passou, assim como não o afasto da família paterna, apesar de tudo. 
Ele terá a possibilidade de fazer as escolhas, não o irei enganar, irei ser sempre o mais sincera possível em relação a isso e mostrar que ele sambem não tem culpa de nada, que simplesmente foi aquela a escolha do pai dele. 
Não o vou afastar do pai, pois afinal há pais e pais assim como há filhos e filhos, quero que o meu filho saiba perdoar e seja um Homem que o pai dele nunca foi.

Se algum dia ele quiser conhecer o pai, vais permitir?
- Ele já conhece o pai, a primeira vez que o pai dele o viu tinha ele cerca de 10 meses.
Voltou a ver o pai agora no Natal, tinha ele 17 meses quase 18 meses, que foi quando ele conheceu também os avós paternos, pois eu decidi que tinha de fazer um esforço de engolir o meu orgulho ferido, e mostrar aos avós paternos que ele é tanto neto deles como os outros e que o menino não tem culpa de nada. 

Hoje tens tempo para ti, ou a tua vida ainda é incondicionalmente vivida para o teu menino?
- Não tenho tempo para mim, a minha vida ainda é só o meu filho e ir trabalhar para poder lhe dar tudo o que ele precisa. Tenho dois trabalhos pois a vida não e fácil, e o pai dele não cumpre com os deveres de pai.
O meu dia a dia é casa, trabalho, casa. Sempre com ele.
O único tempo que tenho para mim é para tomar banho e mesmo assim ele tem dias que mete se ao lado da banheira a lavar-me os braços. 


Com o decorrer da gravidez e com o nascimento do Francisco os amigos ou supostos "amigos" manteram-se presentes ou afastaram-se perante a tua falta de disponibilidade "social" ?
- Não é falta de disponibilidade social.  Houve amizades que perdi, pois não estavam de acordo com a minha opção de ter o Francisco,outras amizades perdi pois o pai do Francisco quando estávamos juntos, não gostava de algumas pessoas, outras amizades desapareceram.
Conto com os dedos de uma mão as pessoas que foram conhecer o meu filho, me perguntavam como eu estava ou como ele estava. 
Mas ganhei amigas virtuais num grupo em que pertenço de mães que foram mães no mesmo ano que eu, conhecem a minha historia pois era com elas que desabafava, pedia ajudar nas minhas duvidas.  Como estávamos a passar pelo mesmo, perdemos amizades que pensávamos que tínhamos e acabamos por criar laços de amizade... já nos conhecemos pessoalmente umas as outras. 
Mas tudo isto mostrou me como são realmente as pessoas, abri os olhos e cresci muito.
Sou feliz com o meu filho, com a chegada dele na minha vida ganhei muito mais do que tudo o que perdi. 
Aprendi que a vida é muito mais do que parecia ser, dou mais valor agora a coisas que antes não dava. Mas acho que todas as pessoas que são mães passam por tudo isto.



Comentários

  1. Parabéns Sandra pelas entrevistas. Parabéns Andreia pela tua força!

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    1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    2. Acho que conheço esta moça... Mas não sei de onde. Desejo te tudo de bom e és uma mãe e mulher guerreira. O que precisares se aceitares coisas dadas poderei fazer lo.

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    3. Obrigado pelo comentário! A Andreia sem dúvida é uma mulher de garra!

      Beijinhos
      Sandra C.

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    4. Obrigado Ângela pelo comentário!

      Beijinhos
      Sandra C.

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  2. Excelente entrevista como sempre Sandra :)
    A Andreia Desejo-lhe muita força para as etapas que aí vem e um beijinhos grande pela coragem demonstrada :)

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    1. Obrigado Sandra!
      Coragem é o que não falta à Andreia!!

      Beijinhos
      Sandra C.

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  3. Que maravilhosa entrevista! Gostei imenso *.*

    Beijinho

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  4. Querida heroína não... Apenas sou mãe... Uma mãe apaixonada pelo filho, assim como tenho a certeza de que muitas mais fariam o mesmo pelos seus filhos... Obrigada a ti e à todas vocês. Beijinhos grandes

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