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Uma estrela subiu ao céu…



Mãe, faz hoje sete dias que nos deixastes, que deixamos de ouvir a tua voz, que deixei de saber que o telefone, tocava sempre à mesma hora. Não mais vou ouvir as tuas gargalhadas sempre que o Vicente dizia que a “Avó Ludes é malanda”, mas sempre guardarei comigo esses e outros momentos tão especiais…
O meu coração está em paz, pois sei que sempre fiz de tudo o que estava ao meu alcance para te ver feliz…
Não me despedi em vida, mas senti (talvez em pensamento e no meu coração) o teu último suspiro quando me cheguei a ti para te beijar.
Estranhamente, estou a ter uma reacção pela qual não esperava, que é a de não ter quase lágrimas para deitar, não consigo explicar esse facto. Não que esteja a conter-me, porque mais chorona que eu não existe (tu sabes), mas talvez porque apesar de ter sido um choque nas primeiras horas, sabia que este dia se aproximava a passos largos. Apercebi-me disso uns dias antes do Natal, por ocasião da morte de uma outra pessoa bastante querida, ai acho que chorei as penas que tinha para chorar… e o meu coração entendeu que mais do que nunca, esse Natal tinha que ser bom, de preferência o melhor da tua vida… Fiquei muito feliz por te ver feliz e quando se fizeram ao caminho, escondi-me dentro de mim, para me capacitar que esse seria o último Natal em que teria a tua companhia. Durante dias andei a assimilar e na passagem do ano, não pedi nenhum desejo, apenas limitei-me a passar o ano.
Não senti nenhuma impressão a entrar em casa, nem tão pouco em mexer nas tuas coisas, estou em paz…
Da mesma maneira que pela altura da gravidez, esse estado trouxe-me calma, este novo estado da minha vida, voltou-me a trazer de novo uma calma diferente, que não consigo explicar por palavras…
Este não é um até sempre, mas sim um até já.
Em pensamento já o fiz… mas peço-te que olhes por todos e nos protejas onde quer que estejas.
Todos os beijos do mundo para ti…

Sandra C.

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