Hoje de manhã ao acordar para mais um dia de trabalho, ainda semi-inerte num
sono VS cansaço de um fim-de-semana como sempre agitado, pelo meio das N coisas para
fazer, dei por mim a olhar para a rua a observar a manhã já nascida há algumas horas e a
pensar naquelas manhãs em que viajava para quase um mês de férias em Tomar.
Saímos sempre bem cedo de casa, pois nessa altura o verão era implacável e lá pelas 10/11h00
da manhã já o sol fazia-se sentir na nossa pele e no ar quase irrespirável do carro (sim, naquela
altura não havia ar condicionado), então ao chegar perto do aeroporto era o momento Shinne
do dia, o nascer do sol. Era verdadeiramente emocionante, começar a ver uns tímidos raios de
sol, até que o astro rei despontava em grande força.
A viagem normalmente era feita via Porto Alto, parávamos sempre por lá para comer, ou
então em Muge, comíamos sempre uma sandes de queijo enorme e um copo de leite frio e
seguíamos viagem. Passar por aquelas terras todas, olhar o Tejo na sua pequenez VS imensidão
era lindo.
Nessa viagem começava-se a projectar as aventuras desse verão de um modo geral quase
sempre igual ás aventuras do ano anterior, mas eram aventuras na mesma.
Ao chegar ao Carvalhal, um conjunto de cheiros invadia o meu nariz, o cheiro a campo, a
erva seca, a figos quase a cair de tão maduras, de amoras nas silvas a pedirem para serem
apanhadas, entre outras coisas.
As aventuras passavam sempre por andar uns bons 5 ou 6 Kms (será que não seria mais?) a
pé, por entre caminhos de pó e vinhas (lógico que este percurso não se fazia sem provar as
ditas uvas), até chegar à íngreme descida até que se chegava à calmaria das águas de um dos
braços do Castelo de Bode, o Rio da Chousa, como lhe chamávamos…
Ai pescávamos, apanhávamos lagostins e ás vezes cagados, beldruegas, nadávamos, apanhava
a areia preciosa (eu é que chamava assim por ser brilhante), tirávamos fotografias entre outras
coisas…
De volta a casa no fim do dia, era altura para comer algo rápido, normalmente uma sopa e
mais alguma coisa e íamos ao café na Serra, essa altura era sempre emocionante, pois víamos
os primos que já não se via à uns bons meses.
Quase todos os anos conseguia criar um pássaro caído do ninho e houve uma ano que essa
experiência foi com um cágado.
Mas nem tudo eram maravilhas, todos os dias temíamos que os incêndios entrassem pelos
terrenos dentro, quando isso acontecia, não se olhava a idades, se era homem ou mulher,
criança ou adulto, todos ajudavam
Por entre muitas outras recordações, recordo ainda as minhas escapadelas para a casa da
senhora que morava em frente a nós, adorava a casa dela, cheia de histórias, revistas antigas e
do forno onde cozíamos por vezes pão…
Recordo outras escapadelas pelo meio dos terrenos, com as ervas secas a arranharem-me as
pernas só para ir visitar outras senhoras, onde o terço era a sua companhia, o mundo delas era
aquele, a casa, o rádio, as imagens de Jesus e da sagrada família. Esse mundo privado abria as
portas para mim e eu sentia-me uma privilegiada por fazer parte dele por momentos.
Todos estes cheiros tão quentes, tão fortes e suaves ao mesmo tempo, estão guardados num
cantinho reservado no meu coração e sempre que sinto saudades de como eram os cheiros
dessas férias, consigo voltar a esses tempos como se fossem hoje e ser feliz com tão pouco.
sono VS cansaço de um fim-de-semana como sempre agitado, pelo meio das N coisas para
fazer, dei por mim a olhar para a rua a observar a manhã já nascida há algumas horas e a
pensar naquelas manhãs em que viajava para quase um mês de férias em Tomar.
Saímos sempre bem cedo de casa, pois nessa altura o verão era implacável e lá pelas 10/11h00
da manhã já o sol fazia-se sentir na nossa pele e no ar quase irrespirável do carro (sim, naquela
altura não havia ar condicionado), então ao chegar perto do aeroporto era o momento Shinne
do dia, o nascer do sol. Era verdadeiramente emocionante, começar a ver uns tímidos raios de
sol, até que o astro rei despontava em grande força.
A viagem normalmente era feita via Porto Alto, parávamos sempre por lá para comer, ou
então em Muge, comíamos sempre uma sandes de queijo enorme e um copo de leite frio e
seguíamos viagem. Passar por aquelas terras todas, olhar o Tejo na sua pequenez VS imensidão
era lindo.
Nessa viagem começava-se a projectar as aventuras desse verão de um modo geral quase
sempre igual ás aventuras do ano anterior, mas eram aventuras na mesma.
Ao chegar ao Carvalhal, um conjunto de cheiros invadia o meu nariz, o cheiro a campo, a
erva seca, a figos quase a cair de tão maduras, de amoras nas silvas a pedirem para serem
apanhadas, entre outras coisas.
As aventuras passavam sempre por andar uns bons 5 ou 6 Kms (será que não seria mais?) a
pé, por entre caminhos de pó e vinhas (lógico que este percurso não se fazia sem provar as
ditas uvas), até chegar à íngreme descida até que se chegava à calmaria das águas de um dos
braços do Castelo de Bode, o Rio da Chousa, como lhe chamávamos…
Ai pescávamos, apanhávamos lagostins e ás vezes cagados, beldruegas, nadávamos, apanhava
a areia preciosa (eu é que chamava assim por ser brilhante), tirávamos fotografias entre outras
coisas…
De volta a casa no fim do dia, era altura para comer algo rápido, normalmente uma sopa e
mais alguma coisa e íamos ao café na Serra, essa altura era sempre emocionante, pois víamos
os primos que já não se via à uns bons meses.
Quase todos os anos conseguia criar um pássaro caído do ninho e houve uma ano que essa
experiência foi com um cágado.
Mas nem tudo eram maravilhas, todos os dias temíamos que os incêndios entrassem pelos
terrenos dentro, quando isso acontecia, não se olhava a idades, se era homem ou mulher,
criança ou adulto, todos ajudavam
Por entre muitas outras recordações, recordo ainda as minhas escapadelas para a casa da
senhora que morava em frente a nós, adorava a casa dela, cheia de histórias, revistas antigas e
do forno onde cozíamos por vezes pão…
Recordo outras escapadelas pelo meio dos terrenos, com as ervas secas a arranharem-me as
pernas só para ir visitar outras senhoras, onde o terço era a sua companhia, o mundo delas era
aquele, a casa, o rádio, as imagens de Jesus e da sagrada família. Esse mundo privado abria as
portas para mim e eu sentia-me uma privilegiada por fazer parte dele por momentos.
Todos estes cheiros tão quentes, tão fortes e suaves ao mesmo tempo, estão guardados num
cantinho reservado no meu coração e sempre que sinto saudades de como eram os cheiros
dessas férias, consigo voltar a esses tempos como se fossem hoje e ser feliz com tão pouco.
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bjs