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“Encontro com o passado” – Parte II

(...) Quando cheguei a casa nessa noite sentia-me um homem novo, para ficar bem (...) só faltava a presença da minha mulher. Foi mais uma noite em branco que passei sentado na mesa da sala, já era madrugada quando tomei conhecimento que os presos políticos iriam ser libertados dentro de algumas horas.
Finalmente, finalmente a liberdade. (...)
No dia 26 lá fomos nós para Peniche, eu, o meu filho e a minha mãe, (...) queríamos estar todos presentes para mostrar a Paula, o quanto sentíamos a falta dela.
Já era madrugada quando começaram a sair os primeiros presos, entre homens e mulheres os meus olhos percorriam aquela pequena multidão para encontrar a minha mulher. Quando os meus olhos a encontraram finalmente, senti o coração disparar, emoção como essa não me lembro de ter na minha vida.
Tanto tempo, tanto tempo perdido, jurei a mim mesmo naquela hora, recuperar todo esse tempo em que não estivemos juntos.

(Por entre vozes de ordem dá-se o reencontro das personagens em palco)


António – Paula!
Pedro – Mãe!
Mãe – Paulinha!
Paula – Tó que saudades! Como é que vocês estão?
António – Estamos bem! E tu como te sentes? Eles fizeram-te mal?
Pedro – Mãe, tinha tantas saudades tuas!
Mãe – Paulinha, filha fizeste - nos tanta falta...
Paula – Mas agora, já aqui estou com vocês, agora só quero esquecer que isto aconteceu nas nossas vidas, temos de avançar, o caminho agora é em frente!

(...) esta revolução veio modificar muitas coisas em Portugal, como acabar com a falta de liberdade de expressão, pois sem isso, eu não estaria aqui esta noite com certeza a fazer este programa.
Essa mesma liberdade, que hoje por vezes chega até a ser exagerada e que nos faz assistir a situações embaraçosas, (...)
Pode ser saudosismo da minha parte, mas da mesma maneira que se ouve pessoas a dizer que “no tempo do outro senhor é que era bom”, quem já não pensou se Portugal não necessitava de um novo 25 de Abril?”

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