Avançar para o conteúdo principal

A Primavera a chegar...

Quando por esta altura do ano, vejo a primeira andorinha, e da terra vejo despontar belos lírios, é o sinal que a mãe natureza me dá, de que a Primavera está a chegar. Há tantas coisas que por vezes nos passam ao lado, muitas vezes estão mesmo á frente dos nossos olhos, mas andamos tão metidos connosco e com a nossa rotina diária, que perdemos sem dúvida o maior espectáculo da vida. Pequenos campos de flores brancas e amarelas, as papoilas a nascer (esta semana vi uma vermelha), as árvores que suavemente vão - se cobrindo de delicados seres coloridos e perfumados. Quando eu era mais pequena e podia ir para a Serra (que agora está cortada ao meio pela CREL), observava tudo isto e muito mais, via pequenos riachos onde cresciam agriões selvagens que eu trazia para casa, apanhava umas flores roxas (que eu não sei o nome), os coelhinhos e umas “campainhas” de um roxo quase preto, para trazer á minha madrinha, nessa altura, ninguém tinha medo de andar por aqueles sítios, subíamos aos Dólmenes para olhar a vista ao nosso redor e eu imaginava “ como seria a vida nestas terras á milhares de anos atrás?”, olhava-se para o chão e em certos sítios para além das flores encontrávamos pequenas relíquias, um caracol que virava fóssil, um pequeno azulejo que teria pertencido sabe Deus bem a quê? Á conta desses pequenos tesouros tenho uma colecção considerável de pedras de todos os feitios, da terra, do mar... enfim, maluqueiras de criança. Este sol de primavera ainda tímida, faz mal á moleirinha, mas quando vejo um raio de sol a despontar nestes dias, é impossível não ter vontade de sair para o campo e esquecer que a poucos metros de todo aquele ar puro, a vida volta a tornar-se cinzenta, apressada e com um relógio a marcar incessantemente segundos para tudo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Eduardo Viana - O supersticioso e obstinado

Eduardo Viana , pintor nascido em Lisboa no dia 28 de Novembro de 1881 na Rua do Loreto, nº 13 no quarto - andar, filho de José Afonso Viana e de D. Maria das Dores Fonseca Viana foi um dos nomes sonantes da pintura do século XX em conjunto com outros pintores como Amadeu de Sousa-Cardoso, Almada Negreiros, Robert Delaunay e Sónia Delaunay, Mily Possoz (de quem veio a estar noivo entre os anos 1919-1925) entre outros. Uma personalidade impar,”(...) Supersticioso, austero, exigente e obstinado (...)” era capaz de “(...) raspar qualquer trecho ou pormenor, aparentemente insignificante, de uma tela já coberta; repintá-lo uma, duas, número sem conto de vezes, até acertar na forma, mas, sobretudo, no tom, era, para Eduardo Viana, o pão nosso de cada dia. Que saibamos, um ano (...) levou o insatisfeito pintor a encontrar, após sucessivos ensaios, a cor de um simples lenço sobre que, numa natureza morta, repousavam uns frutos (...)” Matriculou-se no Curso Geral de Desenho da Sociedade de Bela...

Restolho - Mafalda Veiga

Bom dia! Adoro quando sou surpreendida por musicas recentes que me tocam, mas também quando ouço algo que em tempos acompanhou a minha vida. É o que acontece com esta música. Sempre gostei muito de ouvir Mafalda Veiga, principalmente na adolescência, as suas músicas sempre me concederam momentos de pausa e de reflexão.  Esta música faz-me lembrar momentos de verões eternos, quando a seguir ao almoço o calor era tanto que se ouviam as cigarras.  Do doce das uvas, das amoras e dos figos pelos caminhos duros.  Do rio calmo e fresco, dos peixes que teimavam em fazer as suas danças e quase que nos vinham beijar a pele.  Dos fins de dia quase noite quando caminhavamos cheios de uma felicidade que enchia o coração. É bom recordar... "Geme o restolho, triste e solitário A embalar a noite escura e fria E a perder-se no olhar da ventania Que canta ao tom do velho campanário Geme o restolho, preso de saudade Esquecido, enlouquecido, dominado Escondido entre as sombras do ...

Música que tem bom feeling - Maria

Adoro quando descubro músicas que me tocam. Sejam elas mais sérias, ou mais "cool" como esta, estas duas vozes juntas é qualquer coisa! Letra e música de Bezegol Por gostar de ti Maria Não olhei ao sofrimento E não quis lembrar o dia Que falhaste ao juramento Por ti enfrentei o mundo Enrolado no teu dedo Condenado a amor profundo Encobrindo o teu segredo Eu lembro-me de ti Por quem me apaixonei Para onde foste eu não vi Nem sei quando deixei Queria-te ter aqui Mas sei que não consigo Fazer voltar atrás Fazer do tempo amigo Vou seguindo minha estrela Firme vou no meu caminho A bagagem vai pesada Mas eu carrego sozinho Foi dica a tua experiência Mas não quero olhar para trás Agarro-me às partes boas E sigo a iludir as más Eu lembro-me de ti Por quem me apaixonei Para onde foste eu não vi Nem sei quando deixei Queria-te ter aqui Mas sei que não consigo Fazer voltar atrás Fazer do tempo amigo Eu lembro-me de ti Por quem me apaixonei Pa...