A estrela que aquece o coração...

 

Bom dia.

Neste mesmo dia em 2019 deixei aqui no blog a minha história de "Krismas - A Aldeia Luminosa do Natal.

Hoje deixo -vos uma história, que não é de Natal, mas é passada no inverno.

Para os amantes da via láctea, estrelas, galáxias, espero que gostem.

"Sabem aqueles dias em que céu está completamente limpo e podemos observar claramente as estrelas, quando anoitece?

Esses eram os dias que o Gabriel mais gostava.

Apesar da sua tenra idade, desde muito pequenino que gostava de olhar para o céu à noite à procura de estrelas, porque o avô Salvador tinha- lhe ensinado a fazê-lo, pois a sua profissão era astrónomo.

No dia do seu 10° aniversário, Gabriel recebeu uma prenda muito especial, um telescópio. Estava tão encantado a olhar para ele e a tentar descobrir como funcionava que mal jantou nesse dia.

Essa era a noite mais longa do ano, a noite do solstício de inverno.

A pedido do avô, Gabriel essa noite dormiu na casa do avô. Ele nem sonhava, mas ainda havia mais uma surpresa à sua espera.

Quando todos foram embora, o avô Salvador pediu para Gabriel se colocar confortável e ir vestir o pijama.

Quando chegou à sala, o avô já tinha montado, mantas e almofadas no chão e os dois telescópios já estavam apontados para a grande janela da sala.

Estava uma noite fria, mas o céu estava completamente limpo, tanto que a olho nu, podia observar -se imensas estrelas.

Para não terem muito frio o avô Salvador tinha preparado um termo com chá de lucia-lima, o preferido de Gabriel e para a fome não apertar tinham biscoitos de limão em forma de estrelas. Tudo estava pronto para a grande noite.

O avô chamou-o e mostrou-lhe os mapas que tinha preparado e disse-lhe que a missão daquela noite era Gabriel encontrar Sírio, a estrela mais brilhante da via láctea com as indicações que o avô Salvador lhe ia dando.

Já passava das 23 horas e depois de muitas tentativas o avô Salvador e Gabriel descobriram a estrela Sírio.

Ela era de facto muito brilhante e destacava-se de todas as outras.

Quando fizeram uma paragem para beber um chá e comer uns biscoitos, o avô respondia às mil e uma perguntas feitas pelo Gabriel, entre muitas informações, explicava-lhe que Sírio era também conhecida como a Estrela do Cão porque era a estrela mais brilhante da constelação Canis Major, que significa o Cão Grande em latim.

Gabriel estava deliciado com tudo o que aprendeu naquela noite, que decidiu nessa altura que quando crescesse queria ser astrónomo como o avô, para poder descobrir mais estrelas, planetas e mistérios da vida láctea.

Anos mais tarde, já Gabriel era bastante crescido e como tinha idealizado continuava os seus estudos para vir a ser um astrónomo. Coisa que o avô Salvador já não ia assistir, pois tinha deixado de estar fisicamente presente.

Gabriel sentiu muito essa perda, mas continuou sempre na sua missão de ser astrónomo.

Tinha também um outro projecto de vida, criou uma escola onde ensinava às crianças tudo sobre estrelas, planetas e galáxias, um pouco a continuação do que o avô Salvador fazia consigo. 

Deu a essa escola o nome de "Sipaluah", que significava Salvador, na língua Bataque Simalungun, a língua falada numa região da Indonésia, de onde era nativo o seu avô.

Por ser algo tão diferente, esse seu projecto foi um grande sucesso junto dos mais jovens.

E todos os anos no dia do seu aniversário, o dia em que o Solstício do Inverno começava, ele proporcionava às crianças vários telescópios (entre eles o do próprio avô) para encontrarem a estrela Sírio e outras estrelas da nossa galáxia, sempre acompanhados de chá de lucia-lima e de biscoitos em forma de estrelas.

Gabriel, sempre que olhava para as estrelas, sentia-se acompanhado por algo que lhe aquecia o coração.

Esta história, é a prova que nunca devemos desistir dos nossos sonhos."

"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar."

Vincent van Gogh 

*As imagens foram criadas por IA no @canva

Beijos e abraços e continuação de Boas Festas para todos.
Sandra C.