Avançar para o conteúdo principal

Quando a dor não tem data de validade...


 

11 anos passaram, desde aquele dia em que perdi o chão ..
Aquele minuto de vida , que fez parar o tempo e que me fez desacreditar em tudo o que sempre tive como garantido...

A morte é o mais certo que temos em vida. Mas quando a realidade cai-nos nas mãos, nunca estamos preparados para a receber.

A memória por vezes trai-nos, esta lembrança que gostava que a minha cabeça apagasse, está sempre cá... dormência, vozes ao longe, imagens a correr... 

Sobre tudo o que se seguiu depois da noticia... muitas coisas aconteceram, abraços, beijos, palavras de conforto e palavras estranhas como "Isso passa" , deixaram-me marcas profundas... 

Na minha cabeça só soava a pergunta... Como passa? A morte passa se desinfectar com água oxigenada? A vida regressa daqui a umas semanas e o calor que o corpo perdeu, vai regressar tal como uma Fénix? 
Como passa? A morte não passa , a morte é real... Eterna é a saudade.

Como diz Santo Agostinho:

 "A morte não é nada.

Eu somente passei

para o outro lado do Caminho.(...)


Me dêem o nome

que vocês sempre me deram,

falem comigo

como vocês sempre fizeram.


Vocês continuam vivendo

no mundo das criaturas,

eu estou vivendo

no mundo do Criador.(...)


A vida significa tudo

o que ela sempre significou,

o fio não foi cortado.

Porque eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?


Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho… (...)

Beijos e abraços.
Sandra C.

Comentários

  1. Há perdas que nos atingem demais e ficam as saudades pra sempre ,por mais que os anos passem! beijos, tudo de bom,chica

    ResponderEliminar
  2. A MORTE é a extensão da VIDA. Não há que ter medo dela.
    .
    Feliz dia de Reis … Bom ano de 2023.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  3. Concordo que a dor da morte não tem prazo de validade!
    .
    Beijo
    Bom fim de semana

    ResponderEliminar
  4. Como eu a entendo....nunca estamos preparado para perder alguém. É uma dura realidade .... e quando acontece perdemos o chão, o rumo, a vontade de seguir em frente...é o desacreditar..
    Bom fim de semana.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Pode comentar... o Bluestrass não morde!

Mensagens populares deste blogue

É Preciso - Miguel Gameiro

Bom dia!! Hoje trago-vos a mais recente música de Miguel Gameiro. Acho piada olhar para ele e ao mesmo tempo olhar para mim e para muitos desta mesma geração, como mudamos com o passar dos tempos. Não que isso seja mau, bem pelo contrário... As músicas do Miguel sempre me tocaram muito, não só porque acompanho o trabalho dele quase desde o primeiro momento, mas também vejo muita das minha verdades nas letras e músicas dele. Somos da mesma freguesia, eu cresci na terra ao lado da dele, temos amigos em comum, no entanto só nos cruzamos uma única vez, num momento bem triste. Voltando a esta canção, mais uma vez acertaste na muche, esta é mais uma daquelas canções que daqui a muitos anos, os nossos filhos e netos vão querer saber a história dela! Parabéns!!                                               Foto by Facebook Miguel Gameiro  É preciso Parar ne...

Restolho - Mafalda Veiga

Bom dia! Adoro quando sou surpreendida por musicas recentes que me tocam, mas também quando ouço algo que em tempos acompanhou a minha vida. É o que acontece com esta música. Sempre gostei muito de ouvir Mafalda Veiga, principalmente na adolescência, as suas músicas sempre me concederam momentos de pausa e de reflexão.  Esta música faz-me lembrar momentos de verões eternos, quando a seguir ao almoço o calor era tanto que se ouviam as cigarras.  Do doce das uvas, das amoras e dos figos pelos caminhos duros.  Do rio calmo e fresco, dos peixes que teimavam em fazer as suas danças e quase que nos vinham beijar a pele.  Dos fins de dia quase noite quando caminhavamos cheios de uma felicidade que enchia o coração. É bom recordar... "Geme o restolho, triste e solitário A embalar a noite escura e fria E a perder-se no olhar da ventania Que canta ao tom do velho campanário Geme o restolho, preso de saudade Esquecido, enlouquecido, dominado Escondido entre as sombras do ...

Eduardo Viana - O supersticioso e obstinado

Eduardo Viana , pintor nascido em Lisboa no dia 28 de Novembro de 1881 na Rua do Loreto, nº 13 no quarto - andar, filho de José Afonso Viana e de D. Maria das Dores Fonseca Viana foi um dos nomes sonantes da pintura do século XX em conjunto com outros pintores como Amadeu de Sousa-Cardoso, Almada Negreiros, Robert Delaunay e Sónia Delaunay, Mily Possoz (de quem veio a estar noivo entre os anos 1919-1925) entre outros. Uma personalidade impar,”(...) Supersticioso, austero, exigente e obstinado (...)” era capaz de “(...) raspar qualquer trecho ou pormenor, aparentemente insignificante, de uma tela já coberta; repintá-lo uma, duas, número sem conto de vezes, até acertar na forma, mas, sobretudo, no tom, era, para Eduardo Viana, o pão nosso de cada dia. Que saibamos, um ano (...) levou o insatisfeito pintor a encontrar, após sucessivos ensaios, a cor de um simples lenço sobre que, numa natureza morta, repousavam uns frutos (...)” Matriculou-se no Curso Geral de Desenho da Sociedade de Bela...